Poesia autoral: Câmera humana - Leandro Silvério

Poesia autoral: Câmera humana

   


Sentamos nós, os quatro juntos.
E naquela mesa, olhamo-nos profundamente.
Como alguém que despido, adentra em um lago.
Riamos; sorrindo de nós mesmos.
Não tirei uma foto sequer naquele dia.
Deixei minha câmera em casa.
Esculpida memória se fez presente.
Registro da alma.
Flash na mente.

Interpretação: A primeira estrofe retrata o ato de sentar juntos, implicando uma proximidade física e emocional. Na mesa, os olhares são profundos, revelando uma conexão além das palavras. A analogia de alguém que se despida e entra em um lago sugere uma entrega completa, sem barreiras ou máscaras, permitindo uma verdadeira intimidade entre as pessoas.

Na segunda estrofe, a imagem de rir e sorrir de si mesmos indica um senso de leveza e autenticidade compartilhado entre eles. A ausência de fotografias capturadas no dia e a câmera deixada em casa enfatizam a escolha consciente de viver plenamente o momento presente, sem a necessidade de documentá-lo externamente. Isso sugere uma valorização das memórias esculpidas na mente, destacando a importância das experiências vividas e sentidas em contraste com a simples captura visual.

A última linha, "Flash na mente", reforça a ideia de que essa experiência deixou uma marca duradoura na memória dos envolvidos, como um registro profundo e significativo da alma. É um convite para apreciar e valorizar as conexões humanas e os momentos vividos, priorizando a autenticidade e a imaterialidade dos sentimentos compartilhados.

No geral, o poema enfatiza a importância da presença genuína, do vínculo emocional e da vivência plena do momento presente, destacando a riqueza das memórias internas em contraposição ao registro superficial externo.

Leandro Silvério.



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