Blog: Recuperação torção de tornozelo grau 3 - sem cirurgia
O post de hoje é um pouco diferente do que estamos habituados a encontrar aqui no site e, antes de iniciar o texto, destaco que não sou médico ou qualquer outro profissional ligado a área da saúde. O único objetivo desse post é compartilhar minha experiência como paciente no sentido de ajudar outras pessoas que assim como eu, passam (ou passaram) por alguma situação de lesão no tornozelo e estão em busca de informações sobre tempo de recuperação, necessidade ou não de cirurgia e outras questões relacionadas ao assunto. Muito obrigado e boa leitura.
Aqui neste post, você vai aprender um pouco mais sobre o entorce de tornozelo. Entendo que você deva estar preocupado e ansioso. Ainda assim, peço para que você considere se inscrever em nosso canal. Clique aqui para seguir e increver-se em nosso canal do YouTube e ficar por dentro de todas as todas as novidades do blog e também do canal.
Entorse de Tornozelo: o entorse no tornozelo ocorre em sua maioria por um trauma, ou seja, um movimento violento com estiramento ou ruptura dos ligamentos da uma articulação do pé. O mecanismo mais comum da lesão é a inversão do pé (planta do pé virada para dentro) com giro do tornozelo numa intensidade além do limite normal, que acontece geralmente ao pisar em terrenos irregulares ou descer de locais com a presença de degraus. A classificação do entorse de tornozelo é baseada no exame clínico da área afetada, ou seja, seu médico é quem irá diagnosticar o grau da lesão conforme os três níveis listados a seguir:
Grau 1 - estiramento ligamentar;
Grau 2 - lesão ligamentar parcial e;
Grau 3 - lesão ligamentar total.
No meu caso, a lesão ocorreu em um campo de futebol enquanto treinava corrida. Por distração ou força do destino, ao dar uma passada mais forte durante o exercício, tive um entorse de tornozelo grave ao pisar 'em falso' em um buraco presente no campo que levou à ruptura completa do ligamento talo-fibular anterior, ou seja, uma lesão classificada como grau 3.
Quadro Clínico para uma Lesão de Tornozelo Grau 3: o quadro clínico encontrado em uma lesão grau 3 é de severa dor no local afetado, inchaço na face lateral do tornozelo, equimose (manchas roxas sobre a pele e na lateral do pé) que podem se estender até a panturrilha e dificuldade para deambular (andar). Quanto mais grave é a lesão, mais evidentes ficam os sintomas. A associação destes sintomas com o teste da gaveta anterior positivo permite caracterizar uma lesão grau 3 em 96% dos casos.
Ou seja, mediante a realização do teste da gaveta anterior pelo seu médico, ficará confirmado se seu quadro é de fato uma lesão grau 3 ou não. Durante minha consulta, solicitei ao médico que também fosse realizado o teste da gaveta no outro pé, ou seja, no pé que não estava acometido pelo acidente (o "pé bom"). Dessa forma pude então comparar e observar a diferença de comportamento entre os dois membros: um com estrutura ligamentar preservada e o outro com ruptura completa em um dos ligamentos. A maior diferença que identifiquei comparando os resultados do teste da gaveta para ambos os pés foi o "jogo" apresentado durante a realização do teste. Devido a falta do ligamento, o pé lesionado se movia livremente para a frente quando era aplicada força nesse sentido, enquanto o outro permanecia estático mesmo quando a força era aplicada.
Confirmação dos Resultados: apesar do teste de gaveta ser capaz de determinar uma lesão grau 3 em 96% dos casos, alguns exames complementares são indicados principalmente nos casos onde existe recomendação cirúrgica. Os exames complementares são: radiografia (afim de identificar fraturas e luxações) e ressonância magnética (afim de identificar lesões nos tecidos moles e ligamentos).
Minha ressonância magnética apresentou um laudo bastante extenso com diversas lesões associadas. Entretanto, dos pontos apresentados no diagnóstico o que mais me chamou atenção foi: "Ruptura completa do ligamento talofibular anterior". Uma vez aferido esse resultado, tive a certeza de que se tratava de fato de uma lesão grau 3 e à partir daí, partimos para as opções de tratamento em conjunto meu meu médico.
Tratamento: uma lesão grau 3 na grande maioria dos casos pode sim evoluir bem sem a necessidade de intervenção cirúrgica. A própria mecânica do pé favorece a cicatrização do ligamento rompido. Entretanto, em cerca de 10% dos casos onde a recuperação não evolui bem (entenda não evoluir bem por instabilidade ligamentar persistente após 6 semanas de repouso absoluto do membro), a recomendação cirúrgica pode ser considerada.
Após confirmação da lesão grau 3 pela ressonância magnética, eu e meu médico optamos por dar sequência no tratamento pelo método conservador no período inicial de 4 semanas, onde eu deveria utilizar uma órtese removível (Robofoot) e aplicar gelo no pé lesionado durante 20 minutos por pelo menos 6 vezes ao dia e manter o pé elevado (um palmo acima do coração) entre as aplicações. Fiquei então 4 semanas de repouso com o pé imobilizado conforme orientação do médico, executando minuciosamente o que me foi passado tanto para a parte de repouso quanto para aplicação de gelo e elevação do membro. Durante esse tempo, colocava o pé em um balde de gelo afim de reduzir o inchaço e os edemas. Fazia de 5 a 6 seções por dia em regime de imersão, mergulhando o pé no balde durante 20 minutos e na sequencia, descansava a perna sob um travesseiro ortopédico com encosto triangular afim de garantir elevação do membro.
Após as 4 primeiras semanas de repouso, retornei ao médico conforme orientação e com o tornozelo lesionado ainda apresentando resultado positivo para o teste da gaveta, concluímos que a evolução não estava caminhando conforme o esperado e a melhor opção seria então uma intervenção cirúrgica afim de reconstruir o ligamento rompido. Após essa consulta, nas duas semanas que se seguiram dei início aos tramites necessários para realização da cirurgia que compreendem realização de exames cardiovasculares, hemogramas e assinatura de alguns termos de consentimento para aplicação de anestesia e entrada no hospital. Foi então que nesse intervalo de tempo, uma "nova dor" latente surgiu na região da panturrilha da perna com o tornozelo lesionado. Era uma dor diferente, sentia como se o músculo da perna estivesse sempre fadigado e contraído. A dor se mostrava extremamente forte quando colocava a perna para baixo, em posição de apoio/ caminhada e reduzia quase que absolutamente quando colocava a perna para cima. Imediatamente entrei em contato com meu médico e, após realização de um exame de ultrassom chamado Ecodoppler foi confirmado o quadro de TVP - Trombose Venosa Profunda. Nesse momento, o entorse no tornozelo passou a ser um quadro secundário no meu tratamento.
Com o diagnóstico da TVP em mãos fui diretamente ao hospital de minha cidade onde, após consulta com o Cirurgião Vascular de plantão me prescrito a utilização de um anticoagulante de nome "Xarelto". Esse remédio "afina o sangue" e dá possibilidade ao corpo de eliminar o coágulo naturalmente, restabelecendo assim a circulação normal do membro afetado pelo trombo. Após poucos dias de utilização do Xarelto, já não apresentava mais os sintomas de dor crônica na panturrilha e incômodo ao manter o pé abaixado. Retornei então ao meu Ortopedista, já com toda documentação em mãos para realização da cirurgia no tornozelo e o mesmo afirmou que infelizmente o procedimento não poderia mais ser realizado por conta do novo quadro agravado pela Trombose. A explicação dele era de que uma vez sob o uso do Xarelto, o tratamento que tem duração total de 4 meses não poderia ser interrompido, e por conta disso eu não poderia realizar uma cirurgia com risco de hemorragia devido a baixa taxa de coagulação no sangue, resultado do uso do anti-coagulante para tratamento da Trombose. Posto esse cenário, minha única opção passou então a ser a retomar o tratamento conservador sem intervenção cirúrgica, mesmo sendo diagnosticado com uma lesão de tornozelo grau 3 que até aquele momento não apresentava evolução satisfatória.
Iniciei meus trabalhos na Fisioterapia na 5ª semana após a lesão conforme cronograma detalhado a seguir. Na oitava semana após lesão, 4ª semana de Fisioterapia, já estava caminhando sem auxílio de muletas e realizando corridas leves sem qualquer limitação de movimento no tornozelo lesionado.
Recuperação Fisioterápica:
Semana 1: lesão e consulta médica
aspecto da lesão: severo inchaço, equimose por toda extensão do pé em ambos os lados, dificuldade para apoiar o pé no chão e teste positivo para gaveta anterior. Realizados exames de radiografia e ultrassonografia confirmando ruptura completa do ligamento talofibular anterior.
imobilização: bota Robofoot e auxílio de muletas;
gelo: 6 seções de gelo por dia com elevação do membro afetado;
fisioterapia: não aplicável.
Semana 2: imobilização e gelo
aspecto da lesão: severo inchaço, aumento da equimose por toda extensão do pé em ambos os lados e dificuldade para apoiar o pé no chão;
imobilização: bota Robofoot e auxílio de muletas;
gelo: 6 seções de gelo por dia com elevação do membro afetado;
fisioterapia: não aplicável.
Semana 3: imobilização e gelo
aspecto da lesão: discreta redução do inchaço, equimose por toda extensão do pé em ambos os lados e dificuldade para apoiar o pé no chão;
imobilização: bota Robofoot e auxílio de muletas;
gelo: 6 seções de gelo por dia com elevação do membro afetado;
fisioterapia: não aplicável.
Semana 4: retorno ao médico
aspecto da lesão: teste positivo para gaveta anterior e recomendação cirúrgica pelo médico ortopedista. Início da preparação para cirurgia e levantamento da documentação necessária para realização do procedimento;
imobilização: bota Robofoot e auxílio de muletas;
gelo: 6 seções de gelo por dia com elevação do membro afetado;
fisioterapia: não aplicável.
Semana 5: TVP, cancelamento da cirurgia e início da fisioterapia
aspecto da lesão: diagnosticada trombose venosa profunda em decorrência da lesão. Iniciado tratamento com anti coagulante (tratamento medicamentoso com duração de 4 meses) e cancelada intervenção cirúrgica posto novo quadro clínico apresentado. Liberado para iniciar fisioterapia em 2 seções por dia por 2 semanas;
imobilização: bota Robofoot e auxílio de muletas;
gelo: 4 seções de gelo por dia com elevação do membro afetado;
fisioterapia: 2 seções de 50 minutos realizando alongamentos leves e procedimentos de analgesia e drenagem na região do pé e panturrilha.
Semana 6: segunda semana de fisioterapia e primeiros exercícios
aspecto da lesão: aumento do inchaço em decorrência dos exercícios realizados na fisioterapia, redução na equimose do pé em ambos os lados e dificuldade para andar e apoiar o pé no chão;
imobilização: bota Robofoot e auxílio de muletas;
gelo: 4 seções de gelo por dia com elevação do membro afetado;
fisioterapia: 2 seções de 50 minutos realizando alongamentos leves, fortalecimento dos tendões fragilizados por conta do tempo de imobilização e procedimentos de analgesia e drenagem na região do pé e panturrilha.
Semana 7: terceira semana de fisioterapia e remoção das muletas
aspecto da lesão: estabilização no inchaço, desaparecimento parcial da equimose do pé em ambos os lados e remoção das muletas;
imobilização: bota Robofoot;
gelo: 2 seções de gelo por dia com elevação do membro afetado;
fisioterapia: 1 seção de 50 minutos realizando alongamentos moderados, fortalecimento dos tendões fragilizados por conta do tempo de imobilização e pequenas caminhadas (3 metros) supervisionadas sem a bota. Procedimentos de analgesia e drenagem na região do pé e panturrilha encerrados.
Semana 8: quarta semana de fisioterapia e remoção da bota Robofoot
aspecto da lesão: discreta redução no inchaço e desaparecimento completo da equimose do pé em ambos os lados;
imobilização: não aplicável;
gelo: 2 seções de gelo por dia com elevação do membro afetado;
fisioterapia: 1 seção de 50 minutos realizando alongamentos pesados, fortalecimento dos tendões fragilizados e pequenas caminhadas (8 metros) sem supervisão na própria clínica.
Semana 9: quinta semana de fisioterapia e inserção do aircast A60
aspecto da lesão: inchaço estável, aumentando levemente ao final do dia por conta dos exercícios na fisioterapia.
imobilização: órtese removível aircast A60 para realização de atividades físicas;
gelo: 1 seção de gelo por dia com elevação do membro afetado;
fisioterapia: 1 seção de 50 minutos realizando fortalecimento dos tendões e início dos exercícios de fortalecimento com bicicleta ergométrica e força específica para o ligamento afetado na cadeira extensora.
Semana 10: sexta semana de fisioterapia e início do protocolo de corrida
aspecto da lesão: inchaço estável, aumentando levemente ao final do dia por conta dos exercícios na fisioterapia.
imobilização: órtese removível aircast A60 para realização de atividades físicas;
gelo: 1 seção de gelo por dia com elevação do membro afetado;
fisioterapia: 1 seção de 50 minutos realizando fortalecimento dos tendões fragilizados e início do protocolo de corrida na esteira: 1 minuto andando e 1 minuto correndo. Além de exercícios de fortalecimento com bicicleta ergométrica e força específica para o ligamento afetado na cadeira extensora e cama elástica.
Semana 11: sétima semana de fisioterapia e inserção de meias de alta compressão em ambas as pernas
aspecto da lesão: inchaço estável, aumentando levemente ao final do dia por conta dos exercícios na fisioterapia. Inserção de meias de média compressão Kendall afim de favorecer a circulação do membro afetado e reduzir o inchaço na região.
imobilização: órtese removível aircast A60 para realização de atividades físicas e meias Kendall de média compressão para reduzir o inchaço e melhorar a circulação;
gelo: 1 seção de gelo por dia com elevação do membro afetado;
fisioterapia: 1 seção de 50 minutos realizando fortalecimento dos tendões fragilizados e continuação do protocolo de corrida na esteira: 3 minuto andando e 3 minuto correndo. Além de exercícios de fortalecimento com bicicleta ergométrica e força específica para o ligamento afetado na cadeira extensora e cama elástica.
Semana 12: oitava semana de fisioterapia e conclusão do protocolo de corrida
aspecto da lesão: inchaço estável, aumentando levemente ao final do dia por conta dos exercícios na fisioterapia.
imobilização: órtese removível aircast A60 para realização de atividades físicas e meias Kendall de média compressão para reduzir o inchaço e melhorar a circulação;
gelo: 1 seção de gelo por dia com elevação do membro afetado;
fisioterapia: 1 seção de 50 minutos realizando fortalecimento dos tendões fragilizados e finalização do protocolo de corrida na esteira: 4 minutos andando e 4 minuto correndo na primeira metade da semana e na sequencia, progredindo para 5 minutos andando e 5 minutos correndo. Além de exercícios de fortalecimento com bicicleta ergométrica e força específica para o ligamento afetado na cadeira extensora e cama elástica. Liberado para correr na rua, com utilização do aircast A60.
Semanas Seguintes e o 'Fim' do Tratamento: as semanas seguintes continuaram com exercícios de fortalecimento na bicicleta ergométrica e força específica para o ligamento afetado na cadeira extensora e cama elástica. Além da Fisioterapia, retomei atividades que praticava antes da lesão como dança de salão e natação. Importante ressaltar que o tornozelo "nunca mais foi o mesmo". Ainda persistem dores em outras regiões, que não estão diretamente associadas ao ligamento rompido. São dores residuais, em grande maioria nos tendões fragilizados por conta do tempo em que o pé ficou imobilizado fazendo uso da bota Robofoot. Dessa forma, quanto menor for o tempo de imobilização e mais breve for o início do trabalho Fisioterápico, mais rápida será sua recuperação independente de ser um quadro pós-cirúrgico ou não. No meu caso, eu afirmo categoricamente que a Fisioterapia "me salvou" e evitou que a cirurgia fosse realizada. Porém conforme relatado acima, me dediquei integralmente ao tratamento, fazendo não somente os exercícios no tempo reservado para os exercícios na Clínica Fisioterápica, mas também repetindo-os em casa e colocando sempre gelo em quantidade abudante após cada seção.
Opinião do Especialista:
O Fisioterapeuta Rodrigo Fortes, que atua na área de Esportes de Alto Rendimento e é Fisioterapeuta Proprietário na empresa Instituto Rodrigo Fortes - Coluna Joelho e Dor, gentilmente nos cedeu o áudio a seguir que narra sua experiência com Entorses de Tornozelo Grau 3, cuja recuperação se deu por intermédio de Fisioterapia, sem a necessidade de intervenção cirúrgica. No áudio, Rodrigo destaca em detalhe o protocolo de recuperação e priorização dos exercícios utilizados ao longo do tratamento. Além das informações compartilhadas no vídeo, acrescenta-se também o fato de que atualmente, a manipulação articular é uma ferramenta extremamente importante no controle da dor para os cenários de entorse. A seguir, o vídeo contendo áudio completo com o depoimento do Rodrigo. Para ouvir, basta acionar o botão "play" na imagem que segue. Quem desejar mais informações ref. tratamentos fisioterápicos, não apenas para os casos de entorse, o e-mail para contato do Rodrigo Fortes é: contato@institutorodrigofortes.com.br
Por fim, pude constatar que a evolução da lesão ocorre sempre de 2 em 2 semanas. Observe sua recuperação nesse intervalo de tempo e compare com as semanas anteriores. Certamente irá perceber melhora em mobilidade, flexibilidade e força.
No final das contas, sou grato pelo que a lesão me ensinou e trouxe de positivo para minha vida. Aprendi que não somos nada nesse mundo, que a vida é frágil e o tempo passa rápido, estando você lesionado ou não. Aprendi a observar com clareza as pequenas felicidades e prazeres do cotidiano, como tomar banho, colocar um calçado ou simplesmente ir até a cozinha pegar um copo de água. Tudo nessa vida passa, sendo bom ou ruim, no final tudo vai passar. Então se vale um conselho com base em tudo que passei: aproveite esse tempo para refletir seus passos e observar com calma e clareza as pegadas que tem deixado pelo caminho. Planeje sua história daqui por diante e defina como pretende seguir em frente quando chegar a hora de retomar seus passos, na certeza de que estes serão dados com maior firmeza física, emocional e espiritual. Nada nessa vida acontece por acaso e se Deus permitiu que você se machucasse, certamente é porque você tem algo a aprender com tudo isso e só se dará conta disso, lá na frente.
Forte abraço e sucesso na recuperação!
Leandro Silvério.
FOTO: LEANDRO SILVÉRIO FOTOGRAFIA
TEXTO: LEANDRO SILVÉRIO
REFERÊNCIA: BLOG DO TORNOZELO / ARTIGO DE REVISÃO E INSTITUTO RODRIGO FORTES COLUNA, JOELHO E DOR
O post de hoje é um pouco diferente do que estamos habituados a encontrar aqui no site e, antes de iniciar o texto, destaco que não sou médico ou qualquer outro profissional ligado a área da saúde. O único objetivo desse post é compartilhar minha experiência como paciente no sentido de ajudar outras pessoas que assim como eu, passam (ou passaram) por alguma situação de lesão no tornozelo e estão em busca de informações sobre tempo de recuperação, necessidade ou não de cirurgia e outras questões relacionadas ao assunto. Muito obrigado e boa leitura.
Aqui neste post, você vai aprender um pouco mais sobre o entorce de tornozelo. Entendo que você deva estar preocupado e ansioso. Ainda assim, peço para que você considere se inscrever em nosso canal. Clique aqui para seguir e increver-se em nosso canal do YouTube e ficar por dentro de todas as todas as novidades do blog e também do canal.
Entorse de Tornozelo: o entorse no tornozelo ocorre em sua maioria por um trauma, ou seja, um movimento violento com estiramento ou ruptura dos ligamentos da uma articulação do pé. O mecanismo mais comum da lesão é a inversão do pé (planta do pé virada para dentro) com giro do tornozelo numa intensidade além do limite normal, que acontece geralmente ao pisar em terrenos irregulares ou descer de locais com a presença de degraus. A classificação do entorse de tornozelo é baseada no exame clínico da área afetada, ou seja, seu médico é quem irá diagnosticar o grau da lesão conforme os três níveis listados a seguir:
Grau 1 - estiramento ligamentar;
Grau 2 - lesão ligamentar parcial e;
Grau 3 - lesão ligamentar total.
No meu caso, a lesão ocorreu em um campo de futebol enquanto treinava corrida. Por distração ou força do destino, ao dar uma passada mais forte durante o exercício, tive um entorse de tornozelo grave ao pisar 'em falso' em um buraco presente no campo que levou à ruptura completa do ligamento talo-fibular anterior, ou seja, uma lesão classificada como grau 3.
Quadro Clínico para uma Lesão de Tornozelo Grau 3: o quadro clínico encontrado em uma lesão grau 3 é de severa dor no local afetado, inchaço na face lateral do tornozelo, equimose (manchas roxas sobre a pele e na lateral do pé) que podem se estender até a panturrilha e dificuldade para deambular (andar). Quanto mais grave é a lesão, mais evidentes ficam os sintomas. A associação destes sintomas com o teste da gaveta anterior positivo permite caracterizar uma lesão grau 3 em 96% dos casos.
Ou seja, mediante a realização do teste da gaveta anterior pelo seu médico, ficará confirmado se seu quadro é de fato uma lesão grau 3 ou não. Durante minha consulta, solicitei ao médico que também fosse realizado o teste da gaveta no outro pé, ou seja, no pé que não estava acometido pelo acidente (o "pé bom"). Dessa forma pude então comparar e observar a diferença de comportamento entre os dois membros: um com estrutura ligamentar preservada e o outro com ruptura completa em um dos ligamentos. A maior diferença que identifiquei comparando os resultados do teste da gaveta para ambos os pés foi o "jogo" apresentado durante a realização do teste. Devido a falta do ligamento, o pé lesionado se movia livremente para a frente quando era aplicada força nesse sentido, enquanto o outro permanecia estático mesmo quando a força era aplicada.
Confirmação dos Resultados: apesar do teste de gaveta ser capaz de determinar uma lesão grau 3 em 96% dos casos, alguns exames complementares são indicados principalmente nos casos onde existe recomendação cirúrgica. Os exames complementares são: radiografia (afim de identificar fraturas e luxações) e ressonância magnética (afim de identificar lesões nos tecidos moles e ligamentos).
Minha ressonância magnética apresentou um laudo bastante extenso com diversas lesões associadas. Entretanto, dos pontos apresentados no diagnóstico o que mais me chamou atenção foi: "Ruptura completa do ligamento talofibular anterior". Uma vez aferido esse resultado, tive a certeza de que se tratava de fato de uma lesão grau 3 e à partir daí, partimos para as opções de tratamento em conjunto meu meu médico.
Tratamento: uma lesão grau 3 na grande maioria dos casos pode sim evoluir bem sem a necessidade de intervenção cirúrgica. A própria mecânica do pé favorece a cicatrização do ligamento rompido. Entretanto, em cerca de 10% dos casos onde a recuperação não evolui bem (entenda não evoluir bem por instabilidade ligamentar persistente após 6 semanas de repouso absoluto do membro), a recomendação cirúrgica pode ser considerada.
Após confirmação da lesão grau 3 pela ressonância magnética, eu e meu médico optamos por dar sequência no tratamento pelo método conservador no período inicial de 4 semanas, onde eu deveria utilizar uma órtese removível (Robofoot) e aplicar gelo no pé lesionado durante 20 minutos por pelo menos 6 vezes ao dia e manter o pé elevado (um palmo acima do coração) entre as aplicações. Fiquei então 4 semanas de repouso com o pé imobilizado conforme orientação do médico, executando minuciosamente o que me foi passado tanto para a parte de repouso quanto para aplicação de gelo e elevação do membro. Durante esse tempo, colocava o pé em um balde de gelo afim de reduzir o inchaço e os edemas. Fazia de 5 a 6 seções por dia em regime de imersão, mergulhando o pé no balde durante 20 minutos e na sequencia, descansava a perna sob um travesseiro ortopédico com encosto triangular afim de garantir elevação do membro.
Após as 4 primeiras semanas de repouso, retornei ao médico conforme orientação e com o tornozelo lesionado ainda apresentando resultado positivo para o teste da gaveta, concluímos que a evolução não estava caminhando conforme o esperado e a melhor opção seria então uma intervenção cirúrgica afim de reconstruir o ligamento rompido. Após essa consulta, nas duas semanas que se seguiram dei início aos tramites necessários para realização da cirurgia que compreendem realização de exames cardiovasculares, hemogramas e assinatura de alguns termos de consentimento para aplicação de anestesia e entrada no hospital. Foi então que nesse intervalo de tempo, uma "nova dor" latente surgiu na região da panturrilha da perna com o tornozelo lesionado. Era uma dor diferente, sentia como se o músculo da perna estivesse sempre fadigado e contraído. A dor se mostrava extremamente forte quando colocava a perna para baixo, em posição de apoio/ caminhada e reduzia quase que absolutamente quando colocava a perna para cima. Imediatamente entrei em contato com meu médico e, após realização de um exame de ultrassom chamado Ecodoppler foi confirmado o quadro de TVP - Trombose Venosa Profunda. Nesse momento, o entorse no tornozelo passou a ser um quadro secundário no meu tratamento.
Com o diagnóstico da TVP em mãos fui diretamente ao hospital de minha cidade onde, após consulta com o Cirurgião Vascular de plantão me prescrito a utilização de um anticoagulante de nome "Xarelto". Esse remédio "afina o sangue" e dá possibilidade ao corpo de eliminar o coágulo naturalmente, restabelecendo assim a circulação normal do membro afetado pelo trombo. Após poucos dias de utilização do Xarelto, já não apresentava mais os sintomas de dor crônica na panturrilha e incômodo ao manter o pé abaixado. Retornei então ao meu Ortopedista, já com toda documentação em mãos para realização da cirurgia no tornozelo e o mesmo afirmou que infelizmente o procedimento não poderia mais ser realizado por conta do novo quadro agravado pela Trombose. A explicação dele era de que uma vez sob o uso do Xarelto, o tratamento que tem duração total de 4 meses não poderia ser interrompido, e por conta disso eu não poderia realizar uma cirurgia com risco de hemorragia devido a baixa taxa de coagulação no sangue, resultado do uso do anti-coagulante para tratamento da Trombose. Posto esse cenário, minha única opção passou então a ser a retomar o tratamento conservador sem intervenção cirúrgica, mesmo sendo diagnosticado com uma lesão de tornozelo grau 3 que até aquele momento não apresentava evolução satisfatória.
Iniciei meus trabalhos na Fisioterapia na 5ª semana após a lesão conforme cronograma detalhado a seguir. Na oitava semana após lesão, 4ª semana de Fisioterapia, já estava caminhando sem auxílio de muletas e realizando corridas leves sem qualquer limitação de movimento no tornozelo lesionado.
Recuperação Fisioterápica:
Semana 1: lesão e consulta médica
aspecto da lesão: severo inchaço, equimose por toda extensão do pé em ambos os lados, dificuldade para apoiar o pé no chão e teste positivo para gaveta anterior. Realizados exames de radiografia e ultrassonografia confirmando ruptura completa do ligamento talofibular anterior.
imobilização: bota Robofoot e auxílio de muletas;
gelo: 6 seções de gelo por dia com elevação do membro afetado;
fisioterapia: não aplicável.
Semana 2: imobilização e gelo
aspecto da lesão: severo inchaço, aumento da equimose por toda extensão do pé em ambos os lados e dificuldade para apoiar o pé no chão;
imobilização: bota Robofoot e auxílio de muletas;
gelo: 6 seções de gelo por dia com elevação do membro afetado;
fisioterapia: não aplicável.
Semana 3: imobilização e gelo
aspecto da lesão: discreta redução do inchaço, equimose por toda extensão do pé em ambos os lados e dificuldade para apoiar o pé no chão;
imobilização: bota Robofoot e auxílio de muletas;
gelo: 6 seções de gelo por dia com elevação do membro afetado;
fisioterapia: não aplicável.
Grau 1 - estiramento ligamentar;
Grau 2 - lesão ligamentar parcial e;
Grau 3 - lesão ligamentar total.
Quadro Clínico para uma Lesão de Tornozelo Grau 3: o quadro clínico encontrado em uma lesão grau 3 é de severa dor no local afetado, inchaço na face lateral do tornozelo, equimose (manchas roxas sobre a pele e na lateral do pé) que podem se estender até a panturrilha e dificuldade para deambular (andar). Quanto mais grave é a lesão, mais evidentes ficam os sintomas. A associação destes sintomas com o teste da gaveta anterior positivo permite caracterizar uma lesão grau 3 em 96% dos casos.
Ou seja, mediante a realização do teste da gaveta anterior pelo seu médico, ficará confirmado se seu quadro é de fato uma lesão grau 3 ou não. Durante minha consulta, solicitei ao médico que também fosse realizado o teste da gaveta no outro pé, ou seja, no pé que não estava acometido pelo acidente (o "pé bom"). Dessa forma pude então comparar e observar a diferença de comportamento entre os dois membros: um com estrutura ligamentar preservada e o outro com ruptura completa em um dos ligamentos. A maior diferença que identifiquei comparando os resultados do teste da gaveta para ambos os pés foi o "jogo" apresentado durante a realização do teste. Devido a falta do ligamento, o pé lesionado se movia livremente para a frente quando era aplicada força nesse sentido, enquanto o outro permanecia estático mesmo quando a força era aplicada.
Confirmação dos Resultados: apesar do teste de gaveta ser capaz de determinar uma lesão grau 3 em 96% dos casos, alguns exames complementares são indicados principalmente nos casos onde existe recomendação cirúrgica. Os exames complementares são: radiografia (afim de identificar fraturas e luxações) e ressonância magnética (afim de identificar lesões nos tecidos moles e ligamentos).
Minha ressonância magnética apresentou um laudo bastante extenso com diversas lesões associadas. Entretanto, dos pontos apresentados no diagnóstico o que mais me chamou atenção foi: "Ruptura completa do ligamento talofibular anterior". Uma vez aferido esse resultado, tive a certeza de que se tratava de fato de uma lesão grau 3 e à partir daí, partimos para as opções de tratamento em conjunto meu meu médico.
Tratamento: uma lesão grau 3 na grande maioria dos casos pode sim evoluir bem sem a necessidade de intervenção cirúrgica. A própria mecânica do pé favorece a cicatrização do ligamento rompido. Entretanto, em cerca de 10% dos casos onde a recuperação não evolui bem (entenda não evoluir bem por instabilidade ligamentar persistente após 6 semanas de repouso absoluto do membro), a recomendação cirúrgica pode ser considerada.
Após confirmação da lesão grau 3 pela ressonância magnética, eu e meu médico optamos por dar sequência no tratamento pelo método conservador no período inicial de 4 semanas, onde eu deveria utilizar uma órtese removível (Robofoot) e aplicar gelo no pé lesionado durante 20 minutos por pelo menos 6 vezes ao dia e manter o pé elevado (um palmo acima do coração) entre as aplicações. Fiquei então 4 semanas de repouso com o pé imobilizado conforme orientação do médico, executando minuciosamente o que me foi passado tanto para a parte de repouso quanto para aplicação de gelo e elevação do membro. Durante esse tempo, colocava o pé em um balde de gelo afim de reduzir o inchaço e os edemas. Fazia de 5 a 6 seções por dia em regime de imersão, mergulhando o pé no balde durante 20 minutos e na sequencia, descansava a perna sob um travesseiro ortopédico com encosto triangular afim de garantir elevação do membro.
Após as 4 primeiras semanas de repouso, retornei ao médico conforme orientação e com o tornozelo lesionado ainda apresentando resultado positivo para o teste da gaveta, concluímos que a evolução não estava caminhando conforme o esperado e a melhor opção seria então uma intervenção cirúrgica afim de reconstruir o ligamento rompido. Após essa consulta, nas duas semanas que se seguiram dei início aos tramites necessários para realização da cirurgia que compreendem realização de exames cardiovasculares, hemogramas e assinatura de alguns termos de consentimento para aplicação de anestesia e entrada no hospital. Foi então que nesse intervalo de tempo, uma "nova dor" latente surgiu na região da panturrilha da perna com o tornozelo lesionado. Era uma dor diferente, sentia como se o músculo da perna estivesse sempre fadigado e contraído. A dor se mostrava extremamente forte quando colocava a perna para baixo, em posição de apoio/ caminhada e reduzia quase que absolutamente quando colocava a perna para cima. Imediatamente entrei em contato com meu médico e, após realização de um exame de ultrassom chamado Ecodoppler foi confirmado o quadro de TVP - Trombose Venosa Profunda. Nesse momento, o entorse no tornozelo passou a ser um quadro secundário no meu tratamento.
Iniciei meus trabalhos na Fisioterapia na 5ª semana após a lesão conforme cronograma detalhado a seguir. Na oitava semana após lesão, 4ª semana de Fisioterapia, já estava caminhando sem auxílio de muletas e realizando corridas leves sem qualquer limitação de movimento no tornozelo lesionado.
Recuperação Fisioterápica:
Semana 1: lesão e consulta médica
aspecto da lesão: severo inchaço, equimose por toda extensão do pé em ambos os lados, dificuldade para apoiar o pé no chão e teste positivo para gaveta anterior. Realizados exames de radiografia e ultrassonografia confirmando ruptura completa do ligamento talofibular anterior.
imobilização: bota Robofoot e auxílio de muletas;
gelo: 6 seções de gelo por dia com elevação do membro afetado;
fisioterapia: não aplicável.
Semana 2: imobilização e gelo
aspecto da lesão: severo inchaço, aumento da equimose por toda extensão do pé em ambos os lados e dificuldade para apoiar o pé no chão;
imobilização: bota Robofoot e auxílio de muletas;
gelo: 6 seções de gelo por dia com elevação do membro afetado;
fisioterapia: não aplicável.
Semana 3: imobilização e gelo
aspecto da lesão: discreta redução do inchaço, equimose por toda extensão do pé em ambos os lados e dificuldade para apoiar o pé no chão;
imobilização: bota Robofoot e auxílio de muletas;
gelo: 6 seções de gelo por dia com elevação do membro afetado;
fisioterapia: não aplicável.
Semana 4: retorno ao médico
aspecto da lesão: teste positivo para gaveta anterior e recomendação cirúrgica pelo médico ortopedista. Início da preparação para cirurgia e levantamento da documentação necessária para realização do procedimento;
imobilização: bota Robofoot e auxílio de muletas;
gelo: 6 seções de gelo por dia com elevação do membro afetado;
fisioterapia: não aplicável.
Semana 5: TVP, cancelamento da cirurgia e início da fisioterapia
Opinião do Especialista:
O Fisioterapeuta Rodrigo Fortes, que atua na área de Esportes de Alto Rendimento e é Fisioterapeuta Proprietário na empresa Instituto Rodrigo Fortes - Coluna Joelho e Dor, gentilmente nos cedeu o áudio a seguir que narra sua experiência com Entorses de Tornozelo Grau 3, cuja recuperação se deu por intermédio de Fisioterapia, sem a necessidade de intervenção cirúrgica. No áudio, Rodrigo destaca em detalhe o protocolo de recuperação e priorização dos exercícios utilizados ao longo do tratamento. Além das informações compartilhadas no vídeo, acrescenta-se também o fato de que atualmente, a manipulação articular é uma ferramenta extremamente importante no controle da dor para os cenários de entorse. A seguir, o vídeo contendo áudio completo com o depoimento do Rodrigo. Para ouvir, basta acionar o botão "play" na imagem que segue. Quem desejar mais informações ref. tratamentos fisioterápicos, não apenas para os casos de entorse, o e-mail para contato do Rodrigo Fortes é: contato@institutorodrigofortes.com.br
Por fim, pude constatar que a evolução da lesão ocorre sempre de 2 em 2 semanas. Observe sua recuperação nesse intervalo de tempo e compare com as semanas anteriores. Certamente irá perceber melhora em mobilidade, flexibilidade e força.
No final das contas, sou grato pelo que a lesão me ensinou e trouxe de positivo para minha vida. Aprendi que não somos nada nesse mundo, que a vida é frágil e o tempo passa rápido, estando você lesionado ou não. Aprendi a observar com clareza as pequenas felicidades e prazeres do cotidiano, como tomar banho, colocar um calçado ou simplesmente ir até a cozinha pegar um copo de água. Tudo nessa vida passa, sendo bom ou ruim, no final tudo vai passar. Então se vale um conselho com base em tudo que passei: aproveite esse tempo para refletir seus passos e observar com calma e clareza as pegadas que tem deixado pelo caminho. Planeje sua história daqui por diante e defina como pretende seguir em frente quando chegar a hora de retomar seus passos, na certeza de que estes serão dados com maior firmeza física, emocional e espiritual. Nada nessa vida acontece por acaso e se Deus permitiu que você se machucasse, certamente é porque você tem algo a aprender com tudo isso e só se dará conta disso, lá na frente.
Forte abraço e sucesso na recuperação!
FOTO: LEANDRO SILVÉRIO FOTOGRAFIA
imobilização: bota Robofoot e auxílio de muletas;
gelo: 6 seções de gelo por dia com elevação do membro afetado;
fisioterapia: não aplicável.
Semana 5: TVP, cancelamento da cirurgia e início da fisioterapia
aspecto da lesão: diagnosticada trombose venosa profunda em decorrência da lesão. Iniciado tratamento com anti coagulante (tratamento medicamentoso com duração de 4 meses) e cancelada intervenção cirúrgica posto novo quadro clínico apresentado. Liberado para iniciar fisioterapia em 2 seções por dia por 2 semanas;
imobilização: bota Robofoot e auxílio de muletas;
gelo: 4 seções de gelo por dia com elevação do membro afetado;
fisioterapia: 2 seções de 50 minutos realizando alongamentos leves e procedimentos de analgesia e drenagem na região do pé e panturrilha.
Semana 6: segunda semana de fisioterapia e primeiros exercícios
imobilização: bota Robofoot e auxílio de muletas;
gelo: 4 seções de gelo por dia com elevação do membro afetado;
fisioterapia: 2 seções de 50 minutos realizando alongamentos leves e procedimentos de analgesia e drenagem na região do pé e panturrilha.
aspecto da lesão: aumento do inchaço em decorrência dos exercícios realizados na fisioterapia, redução na equimose do pé em ambos os lados e dificuldade para andar e apoiar o pé no chão;
imobilização: bota Robofoot e auxílio de muletas;
gelo: 4 seções de gelo por dia com elevação do membro afetado;
fisioterapia: 2 seções de 50 minutos realizando alongamentos leves, fortalecimento dos tendões fragilizados por conta do tempo de imobilização e procedimentos de analgesia e drenagem na região do pé e panturrilha.
Semana 7: terceira semana de fisioterapia e remoção das muletas
imobilização: bota Robofoot e auxílio de muletas;
gelo: 4 seções de gelo por dia com elevação do membro afetado;
fisioterapia: 2 seções de 50 minutos realizando alongamentos leves, fortalecimento dos tendões fragilizados por conta do tempo de imobilização e procedimentos de analgesia e drenagem na região do pé e panturrilha.
Semana 7: terceira semana de fisioterapia e remoção das muletas
aspecto da lesão: estabilização no inchaço, desaparecimento parcial da equimose do pé em ambos os lados e remoção das muletas;
imobilização: bota Robofoot;
gelo: 2 seções de gelo por dia com elevação do membro afetado;
fisioterapia: 1 seção de 50 minutos realizando alongamentos moderados, fortalecimento dos tendões fragilizados por conta do tempo de imobilização e pequenas caminhadas (3 metros) supervisionadas sem a bota. Procedimentos de analgesia e drenagem na região do pé e panturrilha encerrados.
Semana 8: quarta semana de fisioterapia e remoção da bota Robofoot
imobilização: bota Robofoot;
gelo: 2 seções de gelo por dia com elevação do membro afetado;
fisioterapia: 1 seção de 50 minutos realizando alongamentos moderados, fortalecimento dos tendões fragilizados por conta do tempo de imobilização e pequenas caminhadas (3 metros) supervisionadas sem a bota. Procedimentos de analgesia e drenagem na região do pé e panturrilha encerrados.
Semana 8: quarta semana de fisioterapia e remoção da bota Robofoot
aspecto da lesão: discreta redução no inchaço e desaparecimento completo da equimose do pé em ambos os lados;
imobilização: não aplicável;
gelo: 2 seções de gelo por dia com elevação do membro afetado;
fisioterapia: 1 seção de 50 minutos realizando alongamentos pesados, fortalecimento dos tendões fragilizados e pequenas caminhadas (8 metros) sem supervisão na própria clínica.
Semana 9: quinta semana de fisioterapia e inserção do aircast A60
imobilização: não aplicável;
gelo: 2 seções de gelo por dia com elevação do membro afetado;
fisioterapia: 1 seção de 50 minutos realizando alongamentos pesados, fortalecimento dos tendões fragilizados e pequenas caminhadas (8 metros) sem supervisão na própria clínica.
Semana 9: quinta semana de fisioterapia e inserção do aircast A60
aspecto da lesão: inchaço estável, aumentando levemente ao final do dia por conta dos exercícios na fisioterapia.
imobilização: órtese removível aircast A60 para realização de atividades físicas;
gelo: 1 seção de gelo por dia com elevação do membro afetado;
fisioterapia: 1 seção de 50 minutos realizando fortalecimento dos tendões e início dos exercícios de fortalecimento com bicicleta ergométrica e força específica para o ligamento afetado na cadeira extensora.
Semana 10: sexta semana de fisioterapia e início do protocolo de corrida
imobilização: órtese removível aircast A60 para realização de atividades físicas;
gelo: 1 seção de gelo por dia com elevação do membro afetado;
fisioterapia: 1 seção de 50 minutos realizando fortalecimento dos tendões e início dos exercícios de fortalecimento com bicicleta ergométrica e força específica para o ligamento afetado na cadeira extensora.
aspecto da lesão: inchaço estável, aumentando levemente ao final do dia por conta dos exercícios na fisioterapia.
imobilização: órtese removível aircast A60 para realização de atividades físicas;
gelo: 1 seção de gelo por dia com elevação do membro afetado;
fisioterapia: 1 seção de 50 minutos realizando fortalecimento dos tendões fragilizados e início do protocolo de corrida na esteira: 1 minuto andando e 1 minuto correndo. Além de exercícios de fortalecimento com bicicleta ergométrica e força específica para o ligamento afetado na cadeira extensora e cama elástica.
Semana 11: sétima semana de fisioterapia e inserção de meias de alta compressão em ambas as pernas
imobilização: órtese removível aircast A60 para realização de atividades físicas;
gelo: 1 seção de gelo por dia com elevação do membro afetado;
fisioterapia: 1 seção de 50 minutos realizando fortalecimento dos tendões fragilizados e início do protocolo de corrida na esteira: 1 minuto andando e 1 minuto correndo. Além de exercícios de fortalecimento com bicicleta ergométrica e força específica para o ligamento afetado na cadeira extensora e cama elástica.
Semana 11: sétima semana de fisioterapia e inserção de meias de alta compressão em ambas as pernas
aspecto da lesão: inchaço estável, aumentando levemente ao final do dia por conta dos exercícios na fisioterapia. Inserção de meias de média compressão Kendall afim de favorecer a circulação do membro afetado e reduzir o inchaço na região.
imobilização: órtese removível aircast A60 para realização de atividades físicas e meias Kendall de média compressão para reduzir o inchaço e melhorar a circulação;
gelo: 1 seção de gelo por dia com elevação do membro afetado;
fisioterapia: 1 seção de 50 minutos realizando fortalecimento dos tendões fragilizados e continuação do protocolo de corrida na esteira: 3 minuto andando e 3 minuto correndo. Além de exercícios de fortalecimento com bicicleta ergométrica e força específica para o ligamento afetado na cadeira extensora e cama elástica.
Semana 12: oitava semana de fisioterapia e conclusão do protocolo de corrida
imobilização: órtese removível aircast A60 para realização de atividades físicas e meias Kendall de média compressão para reduzir o inchaço e melhorar a circulação;
gelo: 1 seção de gelo por dia com elevação do membro afetado;
fisioterapia: 1 seção de 50 minutos realizando fortalecimento dos tendões fragilizados e continuação do protocolo de corrida na esteira: 3 minuto andando e 3 minuto correndo. Além de exercícios de fortalecimento com bicicleta ergométrica e força específica para o ligamento afetado na cadeira extensora e cama elástica.
Semana 12: oitava semana de fisioterapia e conclusão do protocolo de corrida
aspecto da lesão: inchaço estável, aumentando levemente ao final do dia por conta dos exercícios na fisioterapia.
imobilização: órtese removível aircast A60 para realização de atividades físicas e meias Kendall de média compressão para reduzir o inchaço e melhorar a circulação;
gelo: 1 seção de gelo por dia com elevação do membro afetado;
fisioterapia: 1 seção de 50 minutos realizando fortalecimento dos tendões fragilizados e finalização do protocolo de corrida na esteira: 4 minutos andando e 4 minuto correndo na primeira metade da semana e na sequencia, progredindo para 5 minutos andando e 5 minutos correndo. Além de exercícios de fortalecimento com bicicleta ergométrica e força específica para o ligamento afetado na cadeira extensora e cama elástica. Liberado para correr na rua, com utilização do aircast A60.
Semanas Seguintes e o 'Fim' do Tratamento: as semanas seguintes continuaram com exercícios de fortalecimento na bicicleta ergométrica e força específica para o ligamento afetado na cadeira extensora e cama elástica. Além da Fisioterapia, retomei atividades que praticava antes da lesão como dança de salão e natação. Importante ressaltar que o tornozelo "nunca mais foi o mesmo". Ainda persistem dores em outras regiões, que não estão diretamente associadas ao ligamento rompido. São dores residuais, em grande maioria nos tendões fragilizados por conta do tempo em que o pé ficou imobilizado fazendo uso da bota Robofoot. Dessa forma, quanto menor for o tempo de imobilização e mais breve for o início do trabalho Fisioterápico, mais rápida será sua recuperação independente de ser um quadro pós-cirúrgico ou não. No meu caso, eu afirmo categoricamente que a Fisioterapia "me salvou" e evitou que a cirurgia fosse realizada. Porém conforme relatado acima, me dediquei integralmente ao tratamento, fazendo não somente os exercícios no tempo reservado para os exercícios na Clínica Fisioterápica, mas também repetindo-os em casa e colocando sempre gelo em quantidade abudante após cada seção.
imobilização: órtese removível aircast A60 para realização de atividades físicas e meias Kendall de média compressão para reduzir o inchaço e melhorar a circulação;
gelo: 1 seção de gelo por dia com elevação do membro afetado;
fisioterapia: 1 seção de 50 minutos realizando fortalecimento dos tendões fragilizados e finalização do protocolo de corrida na esteira: 4 minutos andando e 4 minuto correndo na primeira metade da semana e na sequencia, progredindo para 5 minutos andando e 5 minutos correndo. Além de exercícios de fortalecimento com bicicleta ergométrica e força específica para o ligamento afetado na cadeira extensora e cama elástica. Liberado para correr na rua, com utilização do aircast A60.
Semanas Seguintes e o 'Fim' do Tratamento: as semanas seguintes continuaram com exercícios de fortalecimento na bicicleta ergométrica e força específica para o ligamento afetado na cadeira extensora e cama elástica. Além da Fisioterapia, retomei atividades que praticava antes da lesão como dança de salão e natação. Importante ressaltar que o tornozelo "nunca mais foi o mesmo". Ainda persistem dores em outras regiões, que não estão diretamente associadas ao ligamento rompido. São dores residuais, em grande maioria nos tendões fragilizados por conta do tempo em que o pé ficou imobilizado fazendo uso da bota Robofoot. Dessa forma, quanto menor for o tempo de imobilização e mais breve for o início do trabalho Fisioterápico, mais rápida será sua recuperação independente de ser um quadro pós-cirúrgico ou não. No meu caso, eu afirmo categoricamente que a Fisioterapia "me salvou" e evitou que a cirurgia fosse realizada. Porém conforme relatado acima, me dediquei integralmente ao tratamento, fazendo não somente os exercícios no tempo reservado para os exercícios na Clínica Fisioterápica, mas também repetindo-os em casa e colocando sempre gelo em quantidade abudante após cada seção.
Opinião do Especialista:
O Fisioterapeuta Rodrigo Fortes, que atua na área de Esportes de Alto Rendimento e é Fisioterapeuta Proprietário na empresa Instituto Rodrigo Fortes - Coluna Joelho e Dor, gentilmente nos cedeu o áudio a seguir que narra sua experiência com Entorses de Tornozelo Grau 3, cuja recuperação se deu por intermédio de Fisioterapia, sem a necessidade de intervenção cirúrgica. No áudio, Rodrigo destaca em detalhe o protocolo de recuperação e priorização dos exercícios utilizados ao longo do tratamento. Além das informações compartilhadas no vídeo, acrescenta-se também o fato de que atualmente, a manipulação articular é uma ferramenta extremamente importante no controle da dor para os cenários de entorse. A seguir, o vídeo contendo áudio completo com o depoimento do Rodrigo. Para ouvir, basta acionar o botão "play" na imagem que segue. Quem desejar mais informações ref. tratamentos fisioterápicos, não apenas para os casos de entorse, o e-mail para contato do Rodrigo Fortes é: contato@institutorodrigofortes.com.br
Por fim, pude constatar que a evolução da lesão ocorre sempre de 2 em 2 semanas. Observe sua recuperação nesse intervalo de tempo e compare com as semanas anteriores. Certamente irá perceber melhora em mobilidade, flexibilidade e força.
No final das contas, sou grato pelo que a lesão me ensinou e trouxe de positivo para minha vida. Aprendi que não somos nada nesse mundo, que a vida é frágil e o tempo passa rápido, estando você lesionado ou não. Aprendi a observar com clareza as pequenas felicidades e prazeres do cotidiano, como tomar banho, colocar um calçado ou simplesmente ir até a cozinha pegar um copo de água. Tudo nessa vida passa, sendo bom ou ruim, no final tudo vai passar. Então se vale um conselho com base em tudo que passei: aproveite esse tempo para refletir seus passos e observar com calma e clareza as pegadas que tem deixado pelo caminho. Planeje sua história daqui por diante e defina como pretende seguir em frente quando chegar a hora de retomar seus passos, na certeza de que estes serão dados com maior firmeza física, emocional e espiritual. Nada nessa vida acontece por acaso e se Deus permitiu que você se machucasse, certamente é porque você tem algo a aprender com tudo isso e só se dará conta disso, lá na frente.
Forte abraço e sucesso na recuperação!
Leandro Silvério.
TEXTO: LEANDRO SILVÉRIO
REFERÊNCIA: BLOG DO TORNOZELO / ARTIGO DE REVISÃO E INSTITUTO RODRIGO FORTES COLUNA, JOELHO E DOR
REFERÊNCIA: BLOG DO TORNOZELO / ARTIGO DE REVISÃO E INSTITUTO RODRIGO FORTES COLUNA, JOELHO E DOR
Tudo bom Leandro,
ResponderExcluirMuito obrigado por compartilhar o seu relato tão bem exemplificado, para quem está com uma lesão no tornozelo como eu foi uma boa maneira de avaliar a minha recuperação, abraço e saúde sempre!!!
Parabéns pela publicação, Leandro!
ResponderExcluirSofri um entorse severo no dia 28/10/17. Na hora da torção ouvi nitidamente um "tec!". Quando recolhi o pé já imaginei o pior. O trauma foi tão intenso que segundos após o acidente minha pressão caiu e a vista começou a ficar branca. Por muito pouco não apaguei.
Recuperei os sentidos e o quadro inicial foi bem parecido com o seu. Inchaço no tornozelo, edema, etc. Apenas a dor e a instabilidade no pé é que não senti tanto.
Por causa disso, só no dia seguinte fui ao pronto socorro. O ortopedista de plantão fez o exame clínico e solicitou um RX. Na volta, disse que não havia fratura ou rompimento. Apenas me receitou repouso, anti-inflamatório por 4 dias e compressas de gelo.
Uma semana depois, apesar do inchaço diminuir eu senti uma dor incomodando. Desta vez fui a um especialista em pé. Já no exame clínico ele aplicou o teste da gaveta e deu o diagnóstico de ruptura do talofibular anterior. Fiz uma RM e realmente foi constatada a ruptura.
Portanto, por negligência do primeiro atendimento nem cheguei a ser imobilizado. Agora vou iniciar o tratamento fisioterápico.
Obrigado pelas preciosas informações!
Rapaz ...eu tive mesmo sintoma e cheguei a desmaiar 5 segundos
ExcluirEu estou tentando entender oq aconteceu comigo,tive rompimento de ligamento pé esquerdo,após uma queda de um degrau,um médico dizia opera outro não enfim operei e estou ansiosa com o final disso agradeço suas palavras sobre avaliar as coisas a nossa volta,valeu!!
ResponderExcluirBelo post amigo! Seu post me ajudou muito a clarear as coisas como serão daqui pra frente. Ainda estou na minha primeira semana, grau 3 também. Só tenho a agradecer pelas suas informações.
ResponderExcluirMuito me ajudou também, minha entorse foi grave, rompi todos os ligamentos do tornozelo esquerdo. Ainda estou imobilizada por gesso e não estou livre de cirurgia. Estou na terceira semana de tratamento e meu médico disse para deixarmos meu corpo trabalhar um pouco. Enfim.. sua mensagem final condiz exatamente com o que realmente precisamos observar e levar para a vida. Desejo que nós que hoje estamos nesse momento onde forçados estamos a ficar parados, possamos exercitar nossa fé, positividade e paciência ����
ResponderExcluirEu fiz uma cirurgia no tornozelo do pé direito, na meu caso teve uma ruptura completa do talão tubular anterior e do calcaneo fibular, foram necessários 6 meses para que eu voltasse a andar, hoje eu tive um entorse muito forte olho pé esquerdo, só que minha realidade financeira hoje é muito diferente de dez anos atrás e não tenho vimnfazer os exames em clínica particular...
ResponderExcluirMe chamo Rogério Lagos, tenho 31 anos e sou de SP/ Capital. Escrevo esse comentário na madrugada, após ler o relato da sua lesão no tornozelo. Eu rompi dois ligamentos do tornozelo esquerdo. Aconteceu em meados de 2008, jogando futebol. Um deles é o Talofibular (100%) também e o outro, é um lateral (parcialmente).
ResponderExcluirPois bem. Na época eu tinha meus 22/ 23 anos. Fui apenas ao PS, Raio-X, imobilizei por uma semana e só. Logo voltei "ao normal". Mas vale ressaltar que eu era 1) mais jovem e 2) mais magro. Pesava cerca de 85kg nessa época. Fazia muitas atividades físicas. Acredito que tudo isso tenha contribuído para uma "boa" recuperação.
Mas o corpo veio cobrar anos depois. Em outubro de 2014, exatamente há três anos, eu novamente torci o mesmo tornozelo outra vez jogando bola. De fato, como você bem disse ele "nunca mais foi o mesmo". Sempre se mostrou instável. Então bastou outro lance mais ríspido para ele "romper de novo". Entre aspas, porque sei que isso não existe. Uma vez rompido, sempre rompido. Mas a cicatrização, talvez, não tenha aguentado.
Bom, lá fui eu pro PS outra vez. Agora com 28/ 29 anos e acredite, 120kg. Prometi pra mim mesmo que só ia voltar a jogar bola quando emagrecesse, pois o peso do meu corpo fazia ainda mais força no tornozelo machucado.
Pois bem. Novamente Raio-x, Ressonância, diagnóstico de ligamentos rompidos e sugestão para cirurgia. Não aceitei, pois eu estava em um emprego novo e não podia me afastar tanto tempo. Então o tratamento se resumiu a imobilização e fisioterapia, no qual eu cumpri. Não tão bem como você, mas cumpri... rs
O período combinado para imobilização com Robofoot eram 30 dias. Fiquei apenas 20, pois eu estava sentindo muita falta de ar e um cansaço excessivo. Julguei ser o peso do Robofoot e simplesmente tirei por conta própria. Isso foi numa quinta-feira à noite. Acordei na sexta melhor, mais disposto, mas a falta de ar ainda me incomodava. Mas eu acreditava que era meu excesso de peso, então não me importei tanto.
No sábado, no entanto, acordei com uma dor estranha nas costas. Achei que tinha dormido de mal jeito, então novamente não liguei. Perto da hora do almoço a dor aumentou e eu reclamei com a minha esposa, que só me disse que se a dor persistisse poderíamos ir até a farmácia comprar algum remédio. No fim da tarde aumentou bastante, assim como a falta de ar. Olhei pra ela e disse: "vamos para o hospital. Tem alguma coisa estranha".
Meu caro, cheguei no hospital por volta de 19h naquele sábado. Me deram remédio para dores na enfermaria e coletaram meu sangue. Tive de esperar o resultado do exame de sangue, que demorou 4 horas. Ou seja, ficou pronto por volta das 23h. Eu já não tinha mais dor por conta dos remédios e só queria ir pra casa. Mas a médica veio com o exame em mãos me perguntando se eu fumava, ou se tinha tido doenças de pulmão. Neguei tudo. Minhas negativas bastaram para me internarem na mesma hora. Eu relutei, afirmando que estava bem, mas me deram cerca de 1h ou 2h de vida. Eu estava com embolia pulmonar, ou TEP - Tromboembolismo Pulmonar, o "pai" do TVP, por assim dizer.
Foi tiro e queda. Em cerca de 1h as dores voltaram e meu quadro piorou. Mas como eu já estava internado, fui direto pra UTI e lá fiquei por quatro longos dias, inclusive vendo dois pacientes morrerem ao meu lado. Saí da UTI no 5º dia e fiquei mais três dias no quarto, tratando com Clexane, uma injeção anticoagulante, e Marevan, também para afinar o sangue. Mas para receber alta eu teria de me comprometer a comprar o tal Xarelto, que era infinitamente mais caro que o Marevan. Topei, fazer o que. Só queria ir pra casa.
Meu tratamento a partir desse momento durou seis longos meses com Xarelto, acompanhamento com Pneumologista, Vascular e Cardio. No fim deu tudo certo. Só fiquei com as sequelas nos pulmões. "Perdi" cerca de 25% deles, uma vez que os coágulos impediram o fluxo sanguíneo em algumas partes que necrosaram. Mas nada que impossibilite a vida, claro. Só me fatigo com mais rapidez que antes.
Em setembro de 2016, meu irmão, que era mais velho que eu (tenho/ tinha dois irmãos que são gêmeos - eu sou o caçula) torceu o tornozelo tropeçando no degrau de um ônibus de turismo no nordeste, em suas férias. Foi para o hospital, o medicaram e o imobilizaram com Robofoot também.
ResponderExcluirChegando em SP, seguiu o tratamento ortopédico por uma semana, até que seu quadro piorou da mesma forma que o meu tinha piorado, com dores na região das costas e costelas. Foi para o hospital com a minha mãe. Foi medicado e NÃO FIZERAM EXAME DE SANGUE. ELE recebeu alta após umas cinco horas no hospital. O médico apenas disse que ele ainda ia sentir as dores, porque eram em razão do impacto de sua queda.
Ledo engano. Eu estava lá nessa hora, fui buscá-los de carro no hospital. Levei eles pra casa, brinquei com meu irmão pela última vez e fui pra minha, que ficava a cerca de 20 minutos de distância. Foi o tempo de eu subir pro apartamento e começar a contar o que aconteceu pra minha esposa, quando meu celular tocou com minha mãe aos gritos, pedindo pra eu voltar. Meu irmão havia "caído".
Voltei, até meio que put0 porque pensei que meu irmão tinha tentado subir as escadas de muleta, quando eu já havia dito para ele que o melhor seria subir sentado. Eles moravam num sobrado. Quando eu cheguei na porta de casa, muita gente lá... Minha mãe desesperada gritando. E meu irmão, já sem vida em seu colo, na escada.
Ele tentou subir exatamente como eu falei, sentado. Mas a embolia pulmonar gerada também por meio da lesão de tornozelo havia se agravado e ele teve uma parada cardiorrespiratória enquanto subia. O SAMU veio em 20 minutos, o levaram para o Hospital das Clínicas. Mas a confirmação do óbito veio em cerca de 40 minutos. Ele tinha apenas 36 anos.
Leandro, então porque eu venho te escrevendo tudo isso? Eu nem te conheço! Você nem me conhece! Mas encontrei o seu relato por hoje ter voltado a sentir dores no tornozelo. Estou emagrecendo (atualmente com 106kg) e voltei a jogar futebol. Mas as dores voltaram junto. Daí pensei em cirurgia e/ ou novos tratamentos e por acaso encontrei o seu relato.
Daí, meu caro, quando eu li que o seu quadro de lesão de tornozelo, ligamentos se transformou em TVP, eu tive a certeza em te escrever. Você teve sorte. Poderia ter se tornado TEP, mas graças a Deus foi "só" TVP e vc já está curado.
Mas agora tenho uma dica pra te dar: faça investigações com Hematologista sobre o seu sangue. Meus médicos hoje, com o histórico meu e do meu irmão, informaram que não é normal alguém com quadro de lesão de tornozelo desenvolver TVP ou TEP. Imagine se todo mudo que lesiona tornozelo sofresse com isso! Seria surreal, não?!
ResponderExcluirPois bem. Fui investigar e de fato, tenho uma mutação genética no sangue. Meus pais não têm, nem meus avós. Mas eu e meu outro irmão (o gêmeo do falecido) temos. A explicação é que os genes do meu pai e da minha mãe juntos geraram essa mutação sanguínea nos três filhos. Uma espécie de hipercoagulação. Só que infelizmente só descobrimos da pior maneira possível. Poderia ter sido eu em 2014, mas foi meu irmão em 2016. A diferença foi um exame de sangue simples que fizeram em mim e não fizeram nele. Uma exame chamado "Dímero D", que consegue checar a possibilidade de TVP ou TEP. Foi feeling da médica que me atendeu no PS há três anos.
Leandro, resolvi externar pra você, mesmo sem te conhecer, o pior momento da minha vida. Meu irmão era como um pai pra mim. E eu me sinto culpado de não ter percebido nele os mesmos sintomas que eu tive. Quando ele estava no hospital com a minha mãe, eu estava ocupado demais trabalhando e achando que era só "exagero" dele, que logo estariam em casa.
De fato, como você disse, a nossa vida é frágil demais. Devemos dar valor às coisas simples. E eu gostaria de fazer a minha parte e alertar a maior quantidade de pessoas possível quanto à essa doença maldita. Hoje você está curado do TVP, mas qualquer outra lesão similar pode desenvolver um novo caso, até mesmo de TEP. Nas viagens de avião ou trem longas, use meia elástica e até mesmo tome o Xarelto. Eu fiz isso esse ano, quando viajei de férias em Abril. E vou fazer novamente daqui um mês que vou pegar avião por três horas.
Te peço desculpas pela mensagem longa e até mesmo pela "invasão" ou "intromissão" nesse assunto. Mas eu me senti na obrigação de contar o meu caso antes de só te dar o conselho. Agora eu acredito que você entende melhor o que eu passei, o que outras pessoas passaram ou estão passando, e que você com certeza fará de tudo pra não passar.
Investigue seu sangue com um Hematologista. Faça os exames necessários. Não são todas as pessoas que desenvolvem doenças vasculares assim por lesões ortopédicas. Fique atento, por favor. Eu queria que meu irmão estivesse aqui ainda pra eu poder cuidar dele, como ele cuidou de mim quando eu era criança.
Enfim, mais uma vez desculpe o texto longo e o desabafo. Mas escrevi pra você com a maior das boas intenções. E me desculpe se tiver algum erro de digitação, pois estou escrevendo do celular já deitado.
Grande abraço,
Rogério Lagos.
Sensacional seu relato! Obrigado por compartilhar isso com nós! Toda força e luz pra você e toda sua familia. Grande abraço
ExcluirGratidão por todos os relatos. Também estou com uma TVP consequente de imobilização por ruptura dos ligamentos do tornozelo. A saga pra achar a TVP foi longa isso pq sou paciente oncológica e o medicamento que tomo aumenta as chances da trombose. No momento em tratamento com xarelto e repouso. Mas a dor da trombose foi muito grande e estava pesquisando tempo de melhora dessa dor fiquei uma semana a base de opiaceos para suportar hj já consegui parar os medicamentos mas queria ter alguma referência referente a dor da TVP.
ExcluirRogério, impressionante seu relato. Muito obrigado!
ExcluirBoa noite a todos! Relatos muito importantes! Esclarecedores! Estou com lesão de pe direito. Não sei ainda se e 2 ou 3... Mas, estou aqui com a robofoot e o gelo. Obrigada por compartilhar! ABS e saude pra nós!
ResponderExcluirObrigado pelos esclarecimentos. Estou na 3ª semana com bota de gesso. Segundo o ortopedista, foi lesão de grau 3 também. Achei que semana que vem ja estaria sem o gesso e andando normalmente, mas lendo seus relatos, creio que terei que ficar mais tempo em repouso, inclusive o pé continua inchando ainda. Mais uma vez, obrigado por compartilhar os relatos sobre sua recuperação. Com certeza ajudará muito.
ResponderExcluirObrigado pelo relato bem exemplificado Leandro. Deus te abençoe, sucesso e saúde sempre.
ResponderExcluirBoa tarde!
ResponderExcluirLi o relato sobre o tratamento no seu tornozelo
Estou passando exatamente a mesma situação.
Gostaria de ter lido bem antes p ter começado a fazer fisioterapia com exercícios.
Foi muito bom ter lido.
Obrigada!
Rosane Pineda
E... Parabéns por ajudar tantas pessoas!
Um abraço
Parabéns pelo seu relato e pela recuperação.
ResponderExcluirMuito obrigada por compartilhar, Leandro! Com certeza ajudou muitas pessoas! Sem contar a reflexão ao final! Que Deus te abençoe!
ResponderExcluirTive 2 ligamentos do tornozelo direito com ruptura total.
ResponderExcluirNão fiz cirurgia e iniciei a fisioterapia logo.
Procurei um especialista em pé. Ele recomendou fisioterapia logo e alguns remedios para dor e antiinflamatórios.
Assim o fiz, levei cerca de um ano para jogar futebol. Hoje jogo normalmente e sem dor no local.
Leandro, que excelente relato! Parabéns pela recuperação! Abraços... Saulo
ResponderExcluirComo precisava ler tudo isso, estou passando por isso...oobrigada por compartilhar sua experiência
ResponderExcluirBoa noite Leandro, tenho vagado na internet procurando por respostas para esse tipo de trauma ao qual também fui acometido, e seu relato na integra me deu uma injeção de animo que VC nem imagina, espero que saída que seu exemplo esta ajudando muitas pessoas, um abraço e muito obrigado de verdade. Edivan, Rio grande do sul
ResponderExcluirPessoal, negócio é o seguinte: quando a gente mexe em coisa; quando a gente opera coisa que "mexe," a recuperação tem que ser mexendo. Da mesma forma que quando a gente opera coisa "parada," a recuperação tem que ser parada. É simples assim, não existe segredo. Existe para todo tipo de recuperação um momento de parar e outro momento de retomar as atividades, ouça seu médico. Um abraço e parabéns pelo post.
ResponderExcluir