Conto autoral: Mar de idéias
Prefiro o Mar.
Penso que há sempre uma centelha de esperança quando estou frente a frente com a imensidão do oceano. E basta apenas uma fagulha de lembrança do vasto azul que se conjuga no horizonte, uma única memória guardada em tempo pretérito, para reascender toda chama interior e inquietude, causada quando me pego a deixar pegadas na areia da praia, observando lentamente o efeito que causa o vento, ao emoldurar sutilmente cada uma de minhas passadas.
Acho o mar sábio, tranquilo e de certa forma; feliz.
Uma arrebentação é cheia de possibilidades. Joga fora em cada onda tudo aquilo que já não lhe pertence mais. E traz de volta a esperança, presente em algumas centenas de milhares de partículas que antes eram terra; e agora são água, deixando uma a uma toda sua individualidade e estranheza, oriundas de definições humanas que lhe foram impostas, não escolhidas, mas ao se misturar com o oceano, tomam-se nova forma e constituem novo patamar, antes eram terra; agora são mar.
O mar me comove.
As vezes, quando estou sozinho e me lembro da brisa leve de uma onda que na beira da praia se esmoesse, sinto como se o turbilhão molhado que vem lavar a terra também me levasse para longe desse lugar. E navegando, já bem distante, encontro na imensidão sem fim uma saudade equivalente. E a saudade se faz presente, em gota de tristeza que escorre pelo rosto e cai.
Cai no mar.
O mar me transborda. Me convida a nadar. Sou tudo aquilo que vejo, sou o sol, sou o céu, a natureza e todas as coisas. As vezes, sinto por um breve momento que sou o próprio mar. E nesse instante, estranhamente sinto-me vazio, renovado, como uma folha em branco pronta para receber uma nova história.
O mar me devolve.
Devolve-me a verdade. Devolve pedaços de mim que não posso esquecer. Primeiro, me devolve a ingenuidade de quando o mundo era mais apetecível, me devolve o sorriso de uma criança. Depois, me devolve os anos que vivi ao lado de meus pais, me devolve o amor. Me devolve a primeira namorada, a formatura, os amigos e o primeiro beijo. Me devolve tudo, mas fica dentro a saudade, e essa se faz presente na intensidade e na medida em que cada passado, um dia, me foi dado como presente. O mar tem memória.
E me convida a não mais lembrar.
Apenas rir, sentir, seguir em frente e aumentar as rugas oriundas da felicidade que estampa na face. O mar não deixa dúvida de que há de se aproveitar, sempre e sem hesitar, de todos os presentes que a vida nos oferece antes que o sol se ponha e a lua seja vista beijando novamente a face calma e banhada pelas cores vivas desse lugar. Azul, rosa, verde e marrom, no fim do dia o mar deixa claro que assim como tudo que se pode tocar, ele, por essência, também é finito por um dia, e todos os dias, inevitavelmente sua beleza se terminará de maneira individual, para então renascer, quiçá mais belo e reluzente, na próxima manhã, no amanhã. A vida também segue para quem vive no mar.
Mas eu gosto de amanhecer com o pé na areia.
Há uma certa alegria escondida em cada amanhecer visto da beira de uma praia. Cada amanhecer é único, e jamais se repetirá. E por ser tão belo, e único, todo amanhecer anuncia seu eminente colapso com a escuridão, fazendo-se valer da expansão gradativa da luz, que se faz presente em formato de energia e dispõe gentilmente para o mundo toda sua luminosidade quando o sol se posiciona a pinho, iluminando a si próprio o caminho, clareando as águas mansas e puras que segundos antes, compunham o cenário do luar.
Tudo parece estar bem no mar.
Existem tantos feixes de luz não observados na imensidão do planeta azul. Únicos, solitários, intocáveis. Ainda há tempo. E o mar, esse parece mesmo ser a grande referência quando se fala de amor, se fala de amar. Aqui, me reencontro para me perder, e me reencontrar novamente, porque isso faz bem, o conhecer e desconhecer me encantam por sua simplicidade. Quisera eu um dia ser verdadeiramente mar, e apenas navegar; nascer; viver e sonhar. Simplesmente, molhar.
Prefiro o Mar.
Penso que há sempre uma centelha de esperança quando estou frente a frente com a imensidão do oceano. E basta apenas uma fagulha de lembrança do vasto azul que se conjuga no horizonte, uma única memória guardada em tempo pretérito, para reascender toda chama interior e inquietude, causada quando me pego a deixar pegadas na areia da praia, observando lentamente o efeito que causa o vento, ao emoldurar sutilmente cada uma de minhas passadas.
Acho o mar sábio, tranquilo e de certa forma; feliz.
Uma arrebentação é cheia de possibilidades. Joga fora em cada onda tudo aquilo que já não lhe pertence mais. E traz de volta a esperança, presente em algumas centenas de milhares de partículas que antes eram terra; e agora são água, deixando uma a uma toda sua individualidade e estranheza, oriundas de definições humanas que lhe foram impostas, não escolhidas, mas ao se misturar com o oceano, tomam-se nova forma e constituem novo patamar, antes eram terra; agora são mar.
O mar me comove.
As vezes, quando estou sozinho e me lembro da brisa leve de uma onda que na beira da praia se esmoesse, sinto como se o turbilhão molhado que vem lavar a terra também me levasse para longe desse lugar. E navegando, já bem distante, encontro na imensidão sem fim uma saudade equivalente. E a saudade se faz presente, em gota de tristeza que escorre pelo rosto e cai.
Cai no mar.
O mar me transborda. Me convida a nadar. Sou tudo aquilo que vejo, sou o sol, sou o céu, a natureza e todas as coisas. As vezes, sinto por um breve momento que sou o próprio mar. E nesse instante, estranhamente sinto-me vazio, renovado, como uma folha em branco pronta para receber uma nova história.
O mar me devolve.
Devolve-me a verdade. Devolve pedaços de mim que não posso esquecer. Primeiro, me devolve a ingenuidade de quando o mundo era mais apetecível, me devolve o sorriso de uma criança. Depois, me devolve os anos que vivi ao lado de meus pais, me devolve o amor. Me devolve a primeira namorada, a formatura, os amigos e o primeiro beijo. Me devolve tudo, mas fica dentro a saudade, e essa se faz presente na intensidade e na medida em que cada passado, um dia, me foi dado como presente. O mar tem memória.
E me convida a não mais lembrar.
Apenas rir, sentir, seguir em frente e aumentar as rugas oriundas da felicidade que estampa na face. O mar não deixa dúvida de que há de se aproveitar, sempre e sem hesitar, de todos os presentes que a vida nos oferece antes que o sol se ponha e a lua seja vista beijando novamente a face calma e banhada pelas cores vivas desse lugar. Azul, rosa, verde e marrom, no fim do dia o mar deixa claro que assim como tudo que se pode tocar, ele, por essência, também é finito por um dia, e todos os dias, inevitavelmente sua beleza se terminará de maneira individual, para então renascer, quiçá mais belo e reluzente, na próxima manhã, no amanhã. A vida também segue para quem vive no mar.
Mas eu gosto de amanhecer com o pé na areia.
Há uma certa alegria escondida em cada amanhecer visto da beira de uma praia. Cada amanhecer é único, e jamais se repetirá. E por ser tão belo, e único, todo amanhecer anuncia seu eminente colapso com a escuridão, fazendo-se valer da expansão gradativa da luz, que se faz presente em formato de energia e dispõe gentilmente para o mundo toda sua luminosidade quando o sol se posiciona a pinho, iluminando a si próprio o caminho, clareando as águas mansas e puras que segundos antes, compunham o cenário do luar.
Tudo parece estar bem no mar.
Existem tantos feixes de luz não observados na imensidão do planeta azul. Únicos, solitários, intocáveis. Ainda há tempo. E o mar, esse parece mesmo ser a grande referência quando se fala de amor, se fala de amar. Aqui, me reencontro para me perder, e me reencontrar novamente, porque isso faz bem, o conhecer e desconhecer me encantam por sua simplicidade. Quisera eu um dia ser verdadeiramente mar, e apenas navegar; nascer; viver e sonhar. Simplesmente, molhar.
Penso que há sempre uma centelha de esperança quando estou frente a frente com a imensidão do oceano. E basta apenas uma fagulha de lembrança do vasto azul que se conjuga no horizonte, uma única memória guardada em tempo pretérito, para reascender toda chama interior e inquietude, causada quando me pego a deixar pegadas na areia da praia, observando lentamente o efeito que causa o vento, ao emoldurar sutilmente cada uma de minhas passadas.
Acho o mar sábio, tranquilo e de certa forma; feliz.
Uma arrebentação é cheia de possibilidades. Joga fora em cada onda tudo aquilo que já não lhe pertence mais. E traz de volta a esperança, presente em algumas centenas de milhares de partículas que antes eram terra; e agora são água, deixando uma a uma toda sua individualidade e estranheza, oriundas de definições humanas que lhe foram impostas, não escolhidas, mas ao se misturar com o oceano, tomam-se nova forma e constituem novo patamar, antes eram terra; agora são mar.
O mar me comove.
As vezes, quando estou sozinho e me lembro da brisa leve de uma onda que na beira da praia se esmoesse, sinto como se o turbilhão molhado que vem lavar a terra também me levasse para longe desse lugar. E navegando, já bem distante, encontro na imensidão sem fim uma saudade equivalente. E a saudade se faz presente, em gota de tristeza que escorre pelo rosto e cai.
Cai no mar.
O mar me transborda. Me convida a nadar. Sou tudo aquilo que vejo, sou o sol, sou o céu, a natureza e todas as coisas. As vezes, sinto por um breve momento que sou o próprio mar. E nesse instante, estranhamente sinto-me vazio, renovado, como uma folha em branco pronta para receber uma nova história.
O mar me devolve.
Devolve-me a verdade. Devolve pedaços de mim que não posso esquecer. Primeiro, me devolve a ingenuidade de quando o mundo era mais apetecível, me devolve o sorriso de uma criança. Depois, me devolve os anos que vivi ao lado de meus pais, me devolve o amor. Me devolve a primeira namorada, a formatura, os amigos e o primeiro beijo. Me devolve tudo, mas fica dentro a saudade, e essa se faz presente na intensidade e na medida em que cada passado, um dia, me foi dado como presente. O mar tem memória.
E me convida a não mais lembrar.
Apenas rir, sentir, seguir em frente e aumentar as rugas oriundas da felicidade que estampa na face. O mar não deixa dúvida de que há de se aproveitar, sempre e sem hesitar, de todos os presentes que a vida nos oferece antes que o sol se ponha e a lua seja vista beijando novamente a face calma e banhada pelas cores vivas desse lugar. Azul, rosa, verde e marrom, no fim do dia o mar deixa claro que assim como tudo que se pode tocar, ele, por essência, também é finito por um dia, e todos os dias, inevitavelmente sua beleza se terminará de maneira individual, para então renascer, quiçá mais belo e reluzente, na próxima manhã, no amanhã. A vida também segue para quem vive no mar.
Mas eu gosto de amanhecer com o pé na areia.
Há uma certa alegria escondida em cada amanhecer visto da beira de uma praia. Cada amanhecer é único, e jamais se repetirá. E por ser tão belo, e único, todo amanhecer anuncia seu eminente colapso com a escuridão, fazendo-se valer da expansão gradativa da luz, que se faz presente em formato de energia e dispõe gentilmente para o mundo toda sua luminosidade quando o sol se posiciona a pinho, iluminando a si próprio o caminho, clareando as águas mansas e puras que segundos antes, compunham o cenário do luar.
Tudo parece estar bem no mar.
Existem tantos feixes de luz não observados na imensidão do planeta azul. Únicos, solitários, intocáveis. Ainda há tempo. E o mar, esse parece mesmo ser a grande referência quando se fala de amor, se fala de amar. Aqui, me reencontro para me perder, e me reencontrar novamente, porque isso faz bem, o conhecer e desconhecer me encantam por sua simplicidade. Quisera eu um dia ser verdadeiramente mar, e apenas navegar; nascer; viver e sonhar. Simplesmente, molhar.
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