Blog: Ao ex-amor: obrigado por partir. Renasci na sua despedida! - Leandro Silvério

Blog: Ao ex-amor: obrigado por partir. Renasci na sua despedida!


Você chorou. Não entendi porque quis partir e quiçá, porquê chorou. Você disse que precisava de um tempo, um tempo só seu para avaliar tudo que se passou. Um tempo para refletir. Tanta coisa mudou.

Mas nesse tempo você me ligou, era madrugada; e em meio a lágrimas e algumas doses de alguma bebida barata, disse em tom de saudade que ainda pensava em mim.

Há uma semana atrás, tínhamos planos para toda uma vida: morar juntos, casa, filhos; a nossa família. Não faz sentido agora você querer partir, quando em minhas redes sociais ainda há tanto de você e nas suas; muito de mim.

A solidez da decisão perdura por horas a fio que, sem eu perceber o tamanho do vazio, tornaram-se dias, meses e anos sem fim. Fui pego de surpresa pelo Tempo, escancarado em cronologia e perdido dentro de mim.

Na despedida repetida dos dias, onde apenas um lado se faz presente no sentido do sentir, eu em imaginação simulo sua voz que compondo um sorriso pleno, paradoxalmente vazio, que após tanto tempo já não faz mais sentido para mim.

A seriedade do fim pouco a pouco tomou o espaço da saudade, que entre mitoses e meioses do meu ser desconfigurado, ainda sentia o calor de suas mãos, sua pele, seu beijo e abraço; enfim; saudades de um tempo quando o "não" de hoje, era um esperançoso "sim".

Fragilidade em sentimento transposta em dedos que se desentrelaçam. Você soltou minha mão para construir novos rumos, viver outros laços em um mundo repleto de possibilidades sem fim.

Sem você adormeci; e quando acordei você já não estava mais aqui. Das viagens realizadas, malas compartilhadas e cidades visitadas, ficaram fotos e lembranças guardadas em um coração dividido que navega entre a sanidade e a insensatez, de quem em obrigação se viu sem escolha, senão seguir outra vez.

Tantas estradas, tantos caminhos e de você, já não sei mais nenhum destino. Seu olhar se desconectou do meu. Seu coração me disse Adeus. Pela primeira vez vi seu mundo sem que nele, houvesse algo de nós dois, houvesse qualquer resquício meu. A verdade é que até hoje não compreendo os caminhos que nos levaram ao fim. Triste fim.

Renasci na sua despedida. Pequenas coisas podem fazer grandes diferenças em nossa vida e, de tanto recusar aceitar que de fato era chegada a hora da partida, hoje compreendo e aceito com leveza o presente divino que recebi quando te vi por aquela porta sair: agora é tempo de cuidar de mim.


Leandro Silvério.


FOTO: ANDRE_PILLI

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